
Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, falou pela primeira vez após ser afastado do cargo por suspeitas de irregularidades em descontos de benefícios previdenciários.
Em entrevista, ele afirmou que não houve omissão de sua parte e que todas as ações foram baseadas em decisões do Tribunal de Contas da União (TCU). “Tudo está no acórdão, é público”, declarou.
“TOMEI MEDIDAS, MAS O INSS NÃO ANDA NA MESMA VELOCIDADE”
Stefanutto disse que implantou a biometria para reduzir fraudes e iniciou investigações internas. No entanto, segundo ele, o ritmo lento da autarquia dificultou mudanças mais rápidas.
“A estrutura é gigante, com mais de 40 milhões de pagamentos mensais. Não dá pra virar a chave do dia pra noite”, explicou.
SOBRE A DECISÃO POLÊMICA DE DESBLOQUEAR DESCONTOS
Mesmo diante de um parecer contrário da Procuradoria, o ex-presidente autorizou o desbloqueio de descontos em cerca de 34 mil benefícios ligados à Contag.
“Havia base legal. O acórdão do TCU previa essa possibilidade. Tudo foi documentado e debatido em reunião aberta. Não houve nada escondido”, disse.
“NÃO RECEBI NADA EM TROCA”
Stefanutto negou qualquer envolvimento em esquema de corrupção ou vantagens pessoais.
“Não fiz nada por agrado ou interesse próprio. Tenho convicção da minha correção e vou provar minha inocência.”
Ele também afirmou que não sabia de irregularidades cometidas por outros membros da diretoria.
“DOEU SAIR. MAS AGORA TENHO TEMPO PRA ME DEFENDER”
Segundo Stefanutto, ele sente falta do trabalho no INSS, onde construiu sua carreira. Disse estar focado em reunir provas, apresentar documentos e esclarecer os fatos.
“Não fui omisso. Cumpri as recomendações possíveis no tempo viável. Há provas e decisões que sustentam cada ato da minha gestão.”
QUEM É ALESSANDRO STEFANUTTO?
Servidor de carreira do INSS
Ex-diretor de Finanças e Logística
Assumiu a presidência em julho de 2023
Afastado em 2024 na Operação Sem Desconto